sábado, 21 de agosto de 2010

À Prova de Morte

Por André Parada

Antes de falar de Tarantino, farei uma pequena nota. O blog estava parado por uma simples falta de organização nossa, e estamos preparando uma mudança, talvez alguma coluna fixa, talvez algum novo layout, sei lá, enfim, o que importa é escrever nossas críticas. Até lá, irei postando as de alguns filmes que vi nas últimas semanas, se me perdoarem pela falta de novidade. Continuando...

“Death Proof”, no original, é um filme típico Tarantino, longos diálogos superficiais, personagens marcantes, violência e um excelente visual. Porém, o filme, que é de 2007 e só chegou nos cinemas brasileiros agora, não aproveita o estilo Tarantino como em suas outras obras. Os longos diálogos acabam sendo maçantes e estragam um elemento dos roteiros do diretor, as sempre muito bem usadas conversas de cultura “pop”. Neste, o diálogo é um papo entre mulheres sobre homens, sexo, drogas, que é mostrado com uma certa falta de naturalidade, forçada. O filme melhora quando o excelente personagem, Stuntman Mike (Mike, o dublê) surge em cena, como um simpático e rotineiro dublê em um bar, que se oferece a dar uma carona para Pam (Rose McGowan). Estes diálogos, diferente das conversas das garotas, são muito mais bem escritos.

Pra constar, o filme conta duas histórias de dois grupos de garotas. A primeira de três garotas, uma locutora de rádio e duas amigas, que saem para se divertir e a segunda de quatro amigas que trabalham na produção de um filme, entre elas duas dublês, que estão viajando. O elemento em comum entre as duas histórias é o encontro com Stuntman Mike.

O filme de Tarantino é bom, apesar de cansar em seus diálogos, que na verdade acabam contribuindo para o fim sensacional e cômico. Como sempre, visualmente, o filme é ótimo, Quentin sabe o que fazer com uma câmera. Também não deixou de fazer sua participação no filme, um fanfarrão...
Também é muito interessante o feminismo no filme, por mais que os diálogos das garotas sejam chatos, elas falam de sexo e homens de um ponto de vista que não é tão comum, de um ponto de vista que costuma ser visto de um modo pejorativo, quando não é. A dança de Arlene (Vanessa Ferlito) também defende a beleza natural, quando é botada uma mulher bonita, porém sem ser sarada, sem ser uma beleza hollywoodiana, para fazer uma dança sensual.

SE NÃO VIU O FILME, NÃO CONTINUE LENDO

E o final, claro, quando todo o poder e superioridade do homem caem com um tiro no braço de Mike. È muito engraçado vê-lo chorando de dor e fugindo das três, enquanto o “sexo frágil” o persegue por vingança. E quando finalmente o alcançam, se vingam do modo mais cômico, e doentio estilo Tarantino, possível, espancam o cara até a morte, e na confirmação de sua morte, pulam para comemorar, para o repentino letreiro de “The End”. É isso, acaba assim. Entendeu?




Um comentário: